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9 de nov. de 2011

As Transições da Era de Peixes para a Era de Aquário – Parte 2 - As Relações Pessoais - Masculino e Feminino


As relações pessoais encontram seus critérios de conexão e prioridades em constante transformação, mas intensificada já tem algum tempo. Ainda na Era de Peixes o sentimento de afeto, as bases das crenças e principalmente o amor eram base das relações pessoais que se estabeleciam por gerações e gerações. Relações entre familiares e até mesmo famílias amigas podem ser bons exemplos desse amor dentro de um ponto de vista coletivo. Sempre se esteve com as pessoas que eram queridas mais do que quaisquer outras. Mesmo em algumas “situações arranjadas”, para o contexto de cada época era como a estrutura social delimitava ou não a vida amorosa das pessoas. Era o comum e natural de acordo com a estruturação social das relações pessoais. A culpa também teve seu papel de manutenção das relações amorosas, na medida em que ainda havia intolerância elevada com mulheres “descasadas”, algo que sumiu gradativamente e com mais força na segunda metade do século passado. E hoje o incomum é haver uma relação “até que a morte os separe”.







Hoje em dia a realidade social coletiva e a globalização já mudaram essa estrutura de convivência profundamente. O aumento populacional, advento tecnológico, o acirramento da competição social e profissional no mundo capitalista (principalmente desde aproximadamente entre um e dois séculos) entre outros diversos fatores colocam o ser humano em convivência maior com as pessoas que desempenham funções de trabalho em um mesmo local. Passa-se a maior parte do tempo com quem não necessariamente se escolhe estar junto, mas com pessoas com as quais trabalhamos e assim há uma sutil submissão geral às relações pelas funções sociais (aquário) que adquirimos. Isso promove no Ser Humano a capacitação de usar máscaras sociais, sair da sua própria naturalidade de Ser em função de não interagir diferenças que dificultem o convívio necessário. Em conseqüência observamos que não é o sentimento de amor/amizade que conduz com quem o ser humano convive hoje em dia. Se por um lado as pessoas se adaptam e entre diversos colegas algumas relações amistosas e positivas podem surgir, como uma amizade real ou outra e até mesmo um amor é possível acontecer, por outro é no mínimo intrigante pensar que se passa a maior parte do tempo sem haver um pleno conforto na presença das pessoas que nos cercam diariamente.

Mas com o costume de se relacionar com as pessoas no ambiente de trabalho instaurado, aí se criam características alteradas como uma permeabilidade com o que esse meio de trabalho altera o seu próprio comportamento como acontece em uma “reação química”. E esse comportamento mais voltado para o social do que o ambiente familiar e de amizades mais profundas e restritas dá sua contribuição para a diminuição da importância do sentimento na construção das relações que visam em última análise à perpetuação da espécie.








Há na natureza humana o impulso para a busca e tentativa de adaptação visando atingir um pleno conforto no trabalho, com tendência a buscar sempre pessoas tão próximas que seria como “a família no trabalho”. É notório que há aprimoramentos pessoais nítidos, mas amigo é amigo e colega é colega. E família é família principalmente. São níveis diferentes de relações e que mesmo dentro de cada um desses contextos sofrem alterações com o passar dos tempos em diversos momentos já sendo equiparados. Quantas pessoas você conhece que dizem algo do tipo “Você é mais meu irmão do que meu irmão”, ou “Você é daquelas amigas-irmãs”. Mesmo a tendência apontando para a equiparação do valor que se dá entre amigos e familiares o adjetivo para dar ênfase a importância das amizades é “você é um irmão pra mim”, ou seja referindo ao laço mais forte que existe nas relações. O laço familiar. Pense, de quantas pessoas passaram na sua vida, quantas ficaram? E quantas ficarão até o fim da sua encarnação em relação as que ainda passarão? É uma boa reflexão.

A "função feminina" tradicional também se modifica com a aproximação de caminhos de vida coletivos entre homens e mulheres. Aquário é um signo que apesar da fama de “rebelde” e ser o que quebra os padrões, como todo signo tem os seus próprios, entre eles a Homogeneização. A função feminina (energia simbólica e tradicionalmente atribuída ao lado feminino do Ser Humano: colo, maternidade, lar, sensibilidade, acolhimento, nutrição emocional, cuidado da prole) nunca foi, ou nunca deveria ter sido vista socialmente ou individualmente como menor ou menos importante que a do homem (administração prática, trabalho, subsistência, nutrição material) visto que são seres que sempre foram complementares. E continuarão sendo, mas o “estilo de encaixe” é que muda com o passar dos tempos.

Essa energia feminina, e por conseqüência as mulheres, foram "apenas" culturalmente e socialmente bombardeadas por séculos consecutivos com a subvalorização protecionista machista. Isso era também em parte "guiado" por religiões dogmáticas e com práticas e posturas sexistas, algumas delas que vivem e exercem esse poder até os tempos atuais e descendem da postura contra as antigas religiões pagãs antes dos tempos de Cristo. Por isso o constante aumento dessa pressão criou naturalmente uma reação a essa sensação de subvalorização crescente, que sai da latência e emerge sincronizada temporalmente com “a mudança dos tempos” (Aquário) e alguns de seus eventos libertadores como a invenção da pílula anticoncepcional, a revolução sexual e hippie nos anos 60 e 70. Esse momento ilustra muito bem a mistura entre a energia pisciana (Amor incondicional e coletivo) junto com a rebeldia e a luta pelos Direitos Humanos (aquariana).





E ainda bem antes disso uma "semente iluminista" na França que também é um marco na mudança "daquilo que rege o comportamento e as buscas humanas". Antes só poderíamos tomar decisões ou agir se "Deus permitisse" ou dentro do conceito de ser pecado ou não. Então os comportamentos coletivos e individuais pela primeira vez se desvincularam da necessidade se seguir regras e dogmas religiosos que sobrecarregavam os ombros cristãos de culpas e que entraram em descrença por posicionamentos políticos polêmicos e muitas vezes contraditórios com as próprias idéias doutrinárias originais. Entre as principais regras dogmáticas das instituições religiosas encontramos as que determinavam a experiência das relações conjugais e familiares.

Cada vez mais o comportamento humano se sentiu e ainda se sente de forma consciente e inconsciente coagido a seguir as regras sociais. A religião e suas instituições (como a Era de Peixes) estão aos poucos se realocando para uma posição coadjuvante em relação ao espaço que ocupa nas diretrizes que a humanidade toma e por consequência o planeta como um todo.

As mudanças nas relações pessoais acontecem dentro de um processo lento, progressivo e sempre em curso visto que a humanidade não para de evoluir em momento algum e não existe nenhuma forma de involução no plano espiritual. Isso também nos oferece um bom campo de observação para pensarmos sobre os rumos que a energia feminina anda tomando arquetipicamente através do comportamento coletivo das mulheres. Troca-se a busca pelo “príncipe encantado” para viver um amor eterno (peixes) e a visão da constituição familiar tradicional pela busca de uma carreira e uma satisfação pela contribuição e participação sociais que vão além da administração do lar (aquário). Isso é algo para ser olhado com clareza, honestidade e muita calma por se tratar de um assunto delicado. Tanto o masculino como o feminino merecem e necessitam de uma ampla visão desprovida de qualquer ponto de vista mais pessoal. Todos têm suas qualidades e desafios. E é interessante olharmos os rumos humanos sob o ponto de vista dos dois gêneros no que diz respeito às relações pessoais e suas funções sociais.






Mas ainda há alguns custos a mais para a sociedade em conseqüência dos rumos das relações. Aquário é um signo altruísta, social, mas em momento algum é emocional em sua essência, mas sim, é de natureza mental e impessoal (Elemento Ar). As relações amorosas tendem a ficar mais “aquarianas” trazendo um traço de impessoalidade ou de uma ligação menos emocional e menos profunda que as relações na era de peixes que a despeito das regras religiosas praticadas tinham como base fundamental o sentimento. Há um natural processo de “robotização” das relações que tendem a ficar homogêneas também, pois gradativamente o sentimento será peça menos fundamental na constituição das relações. Pode ser conveniência por trabalho, por cobrança social, por dependência financeira, sensação de ser melhor manter relação por causa de filhos pequenos... Tudo por conta da valorização de situações sociais, visando não comprometer “algo social”, mesmo em se tratando dos filhos, muitas vezes se subestima a criança e não se pensa no exemplo que elas observam do ponto de vista delas. Melhor pais felizes e separados ou tristes e juntos na visão de uma criança e na constituição de “seus exemplos”?  Mas o que se pensa ser melhor para a educação deles supera a necessidade do trabalho emocional conjunto.




As relações também estão sendo absorvidas pelos contatos e interações com as diversas formas de tecnologia (TV, celular, computador, pads, tablete, afins e aquilo que ainda não foi descoberto tecnologicamente). Pessoas que estão separadas por uma parede conversam através do computador, mas sequer trocam um olhar durante a maior parte do tempo. A introdução da variável tecnológica (aquário) nas relações traz suas conseqüências, trazendo elementos de impessoalidade para essas relações mais próximas. As pessoas mantêm relações amorosas virtualmente, sem a presença e o toque físico.

Para as relações mais distantes, o advento da internet (aquário), redes sociais e programas de conversa instantânea tornaram o planeta inteiro acessível. Se há a limitação e impulso para as relações mais próximas ficarem menos favorecidas, as relações sociais nunca tiveram uma abertura tão ampla na história da humanidade. A mistura de culturas nunca foi tão intensa. Os limites culturais foram praticamente todos pulverizados.  Tudo por conta dessa homogeneização da informação como um todo, e tudo o que é criado pelo homem se torna acessível em tempo real para qualquer parte do planeta. As relações distantes adquirem um toque emocional, assim como e na proporção em que as mais próximas ficam gradativamente impessoais.





Com a globalização aquariana submersa no capitalismo surge também a necessidade imposta da família e cada indivíduo "produzir socialmente" visando obter renda/subsistência que dão impulso a esse processo, fazendo com que naturalmente a mulher conquiste aos poucos territórios que também já eram por si só competitivos entre os homens.

Isso também gera algumas reações masculinas arquetípicas, mas de forma alguma o preconceito. Culpar o preconceito parece ser uma reflexão comodista e demasiado simplista para um assunto tão complexo e amplo. O preconceito masculino em relação ao feminino não é real e praticamente não existe (consideremos as exceções). Em um aprofundamento nessa questão percebe ser muito mais óbvio que o preconceito esteja apenas escoltando um falso e único argumento apelativo e medroso "dos meninos" contra a realidade de que qualquer ser humano “menino ou menina” pode realizar qualquer atividade e função nas mesmas condições e potencial, salvo situações físico-orgânicas específicas, visto que são organismos físicos com diferentes tenacidades em suas constituições. Mas é nítido como as mulheres têm hoje mais oportunidades de se enriquecer nos âmbitos educacionais e culturais desde poucas décadas atrás. Nada se pode e nem deve ser feito para mudar esse movimento. Está tudo correndo dentro das leis naturais e a astrologia só ilustra e nos permite acompanhar com maior proximidade e clareza a natureza dessas profundas mudanças humanas cíclicas.






O equilíbrio nos tratos profissionais e nas relações de trabalho (renda, prestígio, etc.) solicitado pelas mulheres, principalmente desde a segunda metade do século XX, em diversas situações é absolutamente justa e autêntica, mas a falta disso também não denota ser preconceito relacionado à competência. Ainda parece claro que há um medo coletivo, inconsciente ou não, do homem de perder o poder e o Status e o ter o seu “território” dividido. É uma parte do inconsciente coletivo masculino que tenta se proteger da competição com as mulheres que ocupam um espaço continuamente crescente e gradativo acirrando uma competitividade social e profissional já bastante elevada se, por exemplo, “apenas os homens trabalhassem fora de casa”. E muitas mulheres já tiveram esse insight e usam o argumento do preconceito apenas para pressionar e buscar atingir seu objetivo mais momentâneo.

Ainda vivemos essa transição onde o papel masculino e feminino estão nesse "movimento", que não acontece sem trazer consequências sob a forma de mudanças em arquétipos humanos estruturais como: união estável/casamento, família, reprodução e tudo o que se conecta a esses assuntos direta e/ou indiretamente.

Do lado masculino ainda percebemos algumas outras reações arquetípicas coletivas interessantes dentro dessa tendência em andamento. Existe um movimento masculino, ainda lento, em direção ao aumento da capacidade de se sensibilizar emocionalmente e/ou se ligar com menos preconceitos aos próprios sentimentos e emoções expressando-os com maior freqüência com um nível de constrangimento que aparenta diminuir gradativamente. Até porque uma postura masculina mais rígida já também não cabe nas relações pessoais nos dias de hoje, visto que a liberdade de encerrar relações é ampla por conta da libertação dos dogmas seculares religiosos e as relações estarem mais superficiais e impessoais de forma geral.





Parece haver bons indícios que há uma reação a um sentimento de culpa, perda e remorso por não ter contribuído para mulher se sentir tão importante no papel “tradicional” dela como deveria, ou ainda uma sensação egóica que "não conseguiu fazer a mulher feliz" como se a felicidade da mulher dependesse exclusivamente do homem. Ou ainda um tardio reconhecimento da importância da participação masculina em assuntos femininos e vice-versa. Como se tivesse que equilibrar essa balança. Hoje, com a conquista da independência financeira/sexual/psicológica e a "perda do poder absoluto" masculino sendo fato irreversível, não haveria outro caminho a não ser o da busca pela compreensão da energia e natureza feminina tradicional. Tanto para saber o que lhe falta e antes complementava quanto para compreender a competência e seus resultados de sucesso profissional, “mesmo sendo a mulher um Ser originalmente emocional”, o que era visto como uma deficiência para um trabalho corporativo de maior relevância há poucas décadas, e ainda hoje se percebe resquícios dessa visão que se encontra em um gradativo e irreversível caminho de extinção.

Esse caminho energético é mais bem compreendido se pensarmos em analogia ao conceito de Complexo de Édipo, do ponto de vista Lacaniano, onde há o momento em que a criança imita o pai “para recuperar o amor da mãe”. Amor fantasioso contextualizado na percepção simbiótica e fantasiosa da criança dos primeiros meses de vida e que sente que perdeu com a realidade que coloca claramente que criança e mãe são indivíduos e não partes de um mesmo ser.

Seja pra tentar reconquistar o Status Quo, seja para recuperar a ligação com a essência feminina, a jornada da busca pelo caminho da sensibilidade tende a ser inevitável para os homens. Não parecem ser tão intensas as mudanças a ponto de se inverterem por completo os antigos papéis tradicionais. Aparentemente devem se estabilizar em algum ponto em comum ou semelhante de postura e abordagem a própria vida emocional e afetiva. A Era de Aquário tende a promover igualdade, e sob essa ótica as funções masculinas e femininas parecem correr para um ponto em comum.

Numa visão mais generalizada observarmos que há um movimento em sentidos opostos entre as energias masculina e a feminina. A feminina está se movimentando rumo ao "antigo papel social masculino" e a energia masculina se movimentando em direção ao contato mais íntimo com o universo do sentimento e da sensibilidade. Onde será o "ponto de equilíbrio" ou de encontro entre “masculino e feminino”? Em qual situação haverá a Homogeneidade?







Um está indo buscar o que lhe falta tentando ocupar o espaço do outro, pela incompetência de ambos os gêneros em se complementarem como são em sua essência? Ou simplesmente estamos continuamente em transição e a Era de Aquário é uma ótima fase para quebrar padrões e tabus, entre outras. Uma coisa é certa. O imprevisível é lugar comum pra a energia aquariana, o que nos permite apenas especular e não predizer os rumos sociais e do papel masculino e feminino, sejam eles tradicionais ou não.


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Carlos Falcão

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