Aproximadamente em 2150 estaremos já na Era de Aquário, mas o processo de transição é gradual. Muito lento e gradual para na concepção de tempo humana se ter uma percepção mais precisa durante uma vida (duração média de uma era = 2160 anos). A transição entre as Eras pode durar mais de seis ou até mesmo oito séculos desde seu início mais sutil até a energia da Era que se inicia não conter mais influência alguma da Era anterior.
Os primeiros sinais da nova era surgem contemporaneamente com a descoberta do 1º planeta não visível a olho nu, ou seja, descoberto com ajuda tecnológica. Urano, que foi identificado como o regente de Aquário, signo até então regido por Saturno. Ainda a descoberta do controle da eletricidade, a Revolução Industrial, Iluminismo... Todos são eventos que se tornaram com o tempo alguns dos mais marcantes eventos modificadores da forma do Ser Humano existir no planeta nessa transição de eras em que estamos inseridos.
Mais recentemente, a intolerância com a subvalorização humana seja por qualquer motivo (raça, credo, gênero...) deu início a um processo de homogeneização da humanidade. Ainda temos raças, gêneros, classes sociais e seres humanos subjugados por motivos sociais, culturais, políticos, religiosos e ideológicos dos mais diversos, mas o movimento é de diminuição disso, até que, espera-se finalmente, sejam extintas todas as diferenças e atitudes preconceituosas e discriminatórias. Ao menos essa parece ser uma vibração positiva da Era de Aquário, ao contrário da intolerância radical, que também é uma energia crescente, mas não sublime ou desejada desses novos tempos. Não sejamos ingênuos em não contar com os dois lados da moeda seja em qual Era for.
Ainda devemos de tempos em tempos
considerar as condições em que a sexualidade coletiva toma rumos mais
expansivos ou restritivos seguindo movimentos cíclicos. Ainda na Era de Áries,
até o final do período Helenístico (147 A.C.) eram comportamentos aceitos e
socialmente incluídos a prostituição (inclusive com taxas oficiais) e
pederastia. Em alguns momentos da Grécia Antiga os homens tinham seus pupilos
(adolescentes) para quem ensinavam artes, literatura, geometria, história,
lutas e estratégias militares em troca das relações. As relações heterossexuais
eram basicamente para reprodução, não para demonstração de sentimento, afeto e
muitas vezes sequer prazer.
Na época do domínio do Império Romano
no Mediterrâneo e mais além disso, a sexualidade era algo cultuado. Não era
incomum pessoas carregarem consigo algum artesanato ou objeto em formato de
pênis como talismã, visto que a sexualidade e o prazer simbolizavam a
fertilidade e virilidade da própria vida. O poder que trazia as conquistas e
riquezas para o Império tinha a mesma conotação simbólica inconsciente que a
virilidade sexual. O prazer sexual em si era praticamente um dever além de um
direito. As festas tinham sempre conotação bastante sexualizada, inclusive com
grandes orgias. Isso não era observado coletivamente pelo ponto de vista do
escrúpulo ou culpa (Peixes), mas sim o culto a virilidade masculina unida ao
culto a fertilidade feminina (Áries), que viria desde os primórdios pagãos e
xamânicos mais antigos, onde o feminino era sagrado e venerado por representar
a Mãe Terra, que nutria, abrigava e alimentava. Não existia ainda a ideia de
culpa sexual como é bem representado simbolicamente com as folhas de parreira
de Adão e Eva.
Com a chegada da Era de Peixes
aparentemente duas situações mais básicas sustentam a justificação da repressão
sexual que tem resquícios minimizados, mas ainda presente até os dias atuais.
Uma delas é o evento do nascimento de um ser considerado divino desde antes de
seu próprio nascimento, e essa criança supostamente ser parida sem ser
consequência de uma reprodução sexuada, mas sim por uma energia sagrada
denominada Espírito Santo que fertilizou o ventre dessa mãe. Une-se a isso a
busca política pela desvalorização do papel feminino no “antigo contexto
sagrado”, exceto Maria, mãe de Jesus. A Virgem. Ambos os contextos, um
dogmático e outro político, fazem com que a condução de uma nova e crescente
expansão do Cristianismo use a sexualidade como uma das ferramentas de controle
e manipulação social em massa através de um discurso que alcançava
principalmente o inconsciente pessoal e o coletivo. A mulher não participa de
forma ativa em nenhum momento político do Cristianismo (Santa Sé) e na condução
das “leis que regem a doutrina cristã”. Essa conduta e postura foi
referendada em todas as áreas sociais, onde nesse período a mulher foi sempre
subjugada de alguma forma a um patamar inferior ao do homem.
Passado então o período (Era de Áries) onde a sexualidade era um comportamento social de importante relevância cultural chega então a Era de Peixes, onde a culpa alimenta a ferramenta de manipulação em massa da instituição que domina e controla as diretrizes da “Fé” coletiva no ocidente civilizado. A função da sexualidade na repressão tem papel primordial na desvalorização do papel político-social das mulheres. Seja pela ameaça inquisitiva da fogueira e tortura, seja pela promessa zoroastrista (céu x inferno) o ocidente cristão por quase dois milênios ficou com seu consciente e inconsciente mergulhado e “contagiado” com rígidas diretrizes sexuais. A sexualidade tendo a culpa como ingrediente básico se torna então arma de poder fundamental no controle da coletividade. Quando o mundo já sentia os ares do Século XX Sigmund Freud conseguiu abrir a caixa de pandora, criando o conceito de consciente e inconsciente e a subdivisão do aparelho psíquico em Id, Ego e Superego e Complexo de Édipo. Com isso revoluciona-se a forma de compreender as motivações e os porquês e o próprio Ser Humano.
Quantas paixões e amores escondidos,
impedidos, reprimidos, não vividos... Quantos sentimentos foram machucados e
corações partidos e sufocados por conta do imperialismo religioso e seus dogmas
mais políticos do que divinos? Com o tempo isso cria individualmente uma
pressão social que cresce e aumenta coletivamente esperando só as oportunidades
que os tempos oferecem para serem utilizadas como energia primária e
transformadora dos rumos sociais. A proximidade da Era de Aquário é um momento
desses.
Já na 2ª metade do século XX, também em consequência das duas guerras mundiais houve o aumento do número de jovens no mundo todo que obrigou a sociedade a olhar de forma mais atenciosa para eles. A juventude teve nos anos 60 e 70 um poder de voz coletiva como nunca antes. Depois de muito tempo a humanidade parecia precisar vivenciar e experimentar a liberdade sem limites através dos seus jovens. Sexo, drogas e a expansão psíquica e sensorial através das drogas. Tudo em função da intenção do amor coletivo aliado a experiência sensorial (aqui um nítido traço da mistura de energias peixes-aquário contida nessa transição).
Independente de crenças individuais, de alguma forma a sexualidade foi sendo desgastada enquanto algo sagrado ou divino como nas religiões antigas ou mesmo reprimido por esse viés de Fé. Por conta de tanta repressão hoje há um movimento contrário, ainda em resposta reativa (rebeldia aquariana) aos milênios passados. Movimento esse em direção a algo semelhante em alguns aspectos como a sexualidade era na Era de Áries. Salvando as diferenças socioculturais da época, há um “revival” de uma liberdade sexual que há muito não se tinha, relevando os respectivos contextos arianos e aquarianos.
Do ponto de vista do Complexo de
Édipo psicanalítico a mudança nas relações edípicas por conta da transformação
dos papéis masculino e feminino promove por consequência a diversidade de
estilos de relações que as pessoas têm com sua própria libido erótica, trazendo
a ampliação do conceito de "sexos" que transcende os conceitos biológicos da
constituição física masculina ou feminina. O foco é a interação íntima
das pessoas com sua própria sexualidade. É onde aquário(ar - racional) vem quebrando padrões
antigos, tirando aos poucos do sentimento e das emoções piscianas (água - emoções) os
motivos para as relações afetivas íntimas. O sexo perde gradativamente a
necessidade da presença de sentimentos mais profundos para ser vivenciado. É muito dito como futilidade e superficialidade, mas envolve algo além disso. São os ciclos que vão trazendo influências pessoais e coletivas, e dentro desse contexto que cada ser humano busca em sua individualidade e liberdade as formas de ser feliz.
Dentro dessa liberdade, as conquistas
sociais acontecem para pessoas que eram reprimidas por suas preferências. Nos
tempos atuais já existe a formalização da aceitação social recém-adquirida de
situações como o casamento homossexual, a transexualidade, androgenia,
prostituição e quaisquer outras formas de expressão e vivências sexuais
excêntricas, diferentes e/ou reprimidas durante séculos. Com o fim da “era da
culpa”, a sexualidade tem um momento de liberdade para a exploração das
possibilidades até que a própria sociedade de forma coletiva encontre algum
ponto de equilíbrio homogêneo que hoje só se consegue visualizar na liberdade
absoluta, irrestrita e da opinião e postura individualista. A sociedade é capaz
de absorver as mudanças que são promovidas coletivamente e de forma gradativa e
lenta visto que é o resultado da soma das suas individualidades em interação
entre si e com seu meio considerando cada uma de suas particularidades
pessoais, coletivas e ambientais.
Outro fator que denota claramente
como a energia aquariana vem impregnando a existência humana é o fato de haver
hoje relacionamentos afetivos e sexuais virtuais. A tecnologia (regida por
aquário) também é utilizada para esses fins ainda percebendo que cada vez mais
há produtos, serviços e invenções tecnológicas sexuais e ambientes no mundo
virtual que favorecem, e estimulam e promovem encontros afetivos e/ou sexuais.
O ambiente virtual proporciona infinitas possibilidades para todos os tipos de gostos e estilos. A liberdade está escancarada e parece irreversível a menos que haja algum tipo de revolução moral, bem fora de hora para os dias de hoje, apesar de sempre termos que contar com a intolerância que é um desafio da Nova Era. Peixes é compreensivo, perdoa praticamente tudo. Essa vibração desaparece em aquário que se desprende de todo e qualquer tipo de compromisso ou algo que lhe tire a plena sensação de liberdade. Essa mesma liberdade vai diminuindo o espaço para as relações duradouras, e por consequência até mesmo o contato sexual real em diversos casos pode ser substituído pelo virtual, principalmente para pessoas que se relacionam e passam muito tempo distantes por morarem longe. E com o tempo esse contexto de sexualidade pode começar a satisfazer o ser humano principalmente em consequência de sua capacidade adaptativa. “É o que o mundo e a vida oferecem como ambiente”. E o ser humano tem a tendência a buscar sempre o conforto com o que a vida lhe traz, criando assim o impulso adaptativo que permite o movimento social e a adaptação até mesmo do inconsciente coletivo em relação a sua própria evolução. Se esse comportamento virtual cresce em escala bastante massificada, até mesmo a progressão e prognósticos da expansão populacional podem sofrer alterações no futuro. O número de parceiros sexuais em média que um homem e uma mulher têm durante uma vida teve aumento incalculável em pouquíssimo tempo (de 100 anos pra cá, por exemplo, levando em consideração que uma Era dura mais de dois mil anos).
Da mesma forma que a pílula
anticoncepcional tem uma representação simbólica coletiva para o sexo feminino
relacionada ao início do fim da repressão sexista, a pílula azul para os homens
tem também um simbolismo importante na medida em que prolonga a presença da
libido e a vida sexual ativas na vida de um homem. A sexualidade para o homem
tem um papel mais evidente ou bem menos latente na formação da personalidade do
que para as mulheres. Em ambos os casos percebemos algo em comum. A presença da
tecnologia (pílulas) alterando profundamente o comportamento sexual da
humanidade, acompanhando umas e influenciando outras mudanças sociais.
Há como pensar que o sexo no
futuro possa ser apenas um ato de prazer social, como tomar um chope com uma
pessoa amiga. A desvalorização natural do afeto e da emoção em nível pessoal em
função de uma participação social mais relevante é um caminho bastante provável
e que já está sendo percorrido em uma era do elemento Ar (mental). Talvez seja
inevitável ao questionar o futuro da sexualidade pensar de forma Huxleyniana,
onde em algum tempo futuro o ser humano seja “fabricado” ao invés de nascer.
Como dizer que mentes influentes no futuro não vão pensar que é melhor
controlar algumas “imperfeições” humanas desde o código genético dentro de uma
técnica de clonagem já dominada e avançada? Seria o desvínculo entre a
sexualidade e a reprodução humana. (referência à obra Admirável Mundo
Novo, de Aldous Huxley). As mudanças continuarão ocorrendo nesses tempos de
forma cada vez mais acelerada, mas quais mudanças ainda não aconteceram?
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Carlos Falcão
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